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Em entrevista para o podcast O café e a Conta, a especialista em branding e fundadora do Food-se, Vanessa Huguinin conta mais da importância de um bom branding para negócios de todos os tamanhos

O branding gastronômico é o processo de criação e gestão da identidade de marca de um negócio no setor de alimentação, como bares e restaurantes. Foto: Divulgação

O branding gastronômico é o processo de criação e gestão da identidade de marca de um negócio no setor de alimentação, como bares e restaurantes.

Ele envolve a definição de elementos como o nome, logotipo, visões e crenças de uma marca, que são elementos fundamentais para criar uma conexão com os consumidores e assim fidelizá-los e conquistar uma presença no mercado.

Para conversar mais sobre esse assunto, em entrevista para o podcast O café e a Conta, Vanessa contou sobre como o branding gastronômico pode transformar a vida do empreendimento em 2024.

Vanessa Huguinin é fundadora e diretora de criação do Food-se, A publicitária é especialista em branding gastronômico com mais de 10 anos de atuação à frente de negócios e desenvolvimento de marcas no setor.

Esse é mais um episódio do Esquenta para o Fórum Bares&Restaurantes, que será realizado na Fispal Food Service, no dia 13 de junho, e Vanessa será uma das nossas palestrantes, levando a sua experiência sobre branding para os participantes.

Confira um trecho da entrevista:

Bares&Restaurantes: Para você, Vanessa, como consultora, quais são os desafios do branding gastronômico para 2024?

Vanessa Huguinin: O branding é uma ferramenta fundamental para essa construção, especialmente para negócios do setor de alimentação, diferenciando um negócio dos demais. No branding gastronômico, seu papel é gerar desejo antes mesmo do cliente experimentar o produto, ajudando a vender a experiência de marca e consolidar a mensagem de qualidade.

O branding cria esse desejo pela marca, pelo chefe e pelo produto, aumentando a adesão, recorrência e fidelidade do cliente, e estabelecendo uma longa jornada de construção de marca no dia a dia dele. O mercado e o comportamento do consumidor mudam constantemente, de forma orgânica. Estamos sempre expostos a novidades, tecnologias, tendências e oportunidades.

É crucial entender e adaptar-se às novas tecnologias para construir posicionamento e gerar desejo. As marcas devem estar atentas às limitações e oportunidades, pois o comportamento do consumidor muda rapidamente, como o uso de pagamentos via celular em vez de cartões de crédito.

Aproveitar cada tendência e oportunidade que o mercado oferece também faz parte da construção de marca e diferenciação. A diferenciação é essencial no branding gastronômico, pois muitos produzem bons bolos, cafés e sorvetes, mas é a narrativa da marca que cria uma experiência única e resulta em vendas.

Você já comentou em algumas outras entrevistas sobre o processo de autoconhecimento do negócio, que é uma diferenciação. Como o empreendedor de restaurante pode começar a conhecer o seu próprio negócio cada vez mais?

Na consultoria do Food-se, utilizamos diversas ferramentas, como atendimento ao cliente, participação em marcas, projetos de mentoria e cursos online. Uma dinâmica essencial que aplicamos é a "terapia da marca". Todos os clientes, independentemente do tamanho, passam por essa imersão terapêutica para entender quem são como marca, qual é seu tom de voz e como humanizam sua identidade, seja por meio de um chef ou da equipe.

Esse processo é crucial tanto para novos negócios quanto para reposicionamento de marcas existentes. Ele ajuda a definir a promessa da marca, sua comunicação e público-alvo. E é nesse momento que a marca compreende sua essência e alma, fundamentais para comunicar-se de maneira eficaz e diferenciada no mercado.

O setor de alimentação é um dos que mais cresce no país, mas também apresenta um alto índice de mortalidade de negócios. Parte desse problema está na falta de atenção ao conceito e na ausência dessa terapia da marca. Para quem está criando um novo negócio ou para aqueles que desejam se reposicionar, é vital entender quem é a marca, qual é sua promessa e quem é seu cliente.

Muitos empreendedores utilizam Inteligência Artificial no dia-a-dia, seja para auxiliar na comunicação ou para fazer fichas técnicas, por exemplo. Como você utiliza IA no processo de criação do branding?

As marcas não podem mais ser analógicas. Toda marca gastronômica precisa ativar os canais digitais, especialmente o Instagram, que é a vitrine principal hoje, e o TikTok, que tem entregado bons números. É crucial que os empreendedores entendam o posicionamento da marca e se seu público-alvo está nesses canais.

O branding deve ser definido antes do uso de ferramentas de comunicação e tecnologia, como ainteligência artificial. Ele determina a essência da marca, permitindo o uso estratégico da tecnologia. Saber quem é a marca, sua mensagem e público-alvo facilita a criação de conteúdos direcionados e a utilização eficaz de novas tecnologias.

A "terapia da marca" é uma etapa essencial, ajudando a identificar o posicionamento e a alma da marca. Esse processo humanizado é fundamental para construir uma marca diferenciada e assertiva, que se adapta às tendências e utiliza as melhores ferramentas disponíveis para alcançar e engajar seu público.

E é também importante saber fazer a pergunta para essas ferramentas de IA. Quando ela é feita desconectada da essência, da marca ou da promessa, o resultado muitas vezes é puramente tecnológico. Falta um olhar humanizado para discutir a entrega. Isso torna o desafio do conhecimento ainda maior. Nosso trabalho como branding se torna ainda mais importante, pois agora precisamos ter um grande material de conhecimento e pertencimento para poder utilizar essas ferramentas com eficácia.

No seu blog Food-se, um dos assuntos mais comentados é referente ao comportamento do consumidor, e de como os clientes estão cada vez mais exigentes. O cliente pode se apaixonar por uma marca e ignorar outra. Por que isso acontece, Vanessa?

O produto é fundamental para essa paixão, se ele não corresponder às expectativas geradas pela marca, ocorre frustração.

Portanto, é essencial que a estratégia de "lovers" da marca esteja fortemente alinhada com a qualidade do produto. O produto precisa ser excelente e causar uma boa impressão, pois essa conexão anda de mãos dadas com o branding.

Marcas que conseguem comunicar seus sentimentos geram uma identificação imediata com o consumidor. O branding é uma estratégia de sentimento: que sentimento sua marca vende? Que sentimento ela desperta? Toda a comunicação, narrativa e conteúdo devem fazer com que o cliente se sinta bem, como dar um mergulho no mar e depois vir comer no seu restaurante.

Criar essa atmosfera de sentimentos gera identificação e se converte em paixão pela marca.

E como o um branding bem aplicado pode ajudar na fidelização dos clientes?

Nós, como clientes, somos bombardeados por muitas marcas e iniciativas, e há uma oferta muito grande. Por isso, a marca precisa ter uma comunicação eficaz e um diálogo contínuo com seus clientes.

Sempre digo que não podemos ser um monólogo, precisamos dialogar com nossos clientes, utilizando o digital para isso, que oferece uma enorme oportunidade de interação além do restaurante ou ponto de venda.

Com o consumidor cada vez mais exigente, precisamos estar prontos para atender a essas exigências dentro de um conceito claro de marca.

Vemos grandes empresas realizando o rebranding para atualizar seus conceitos e histórias, mas os pequenos empreendimentos também podem começar a valorizar seus propósitos, fazendo sua "terapia de marca", certo, Vanessa?

Lógico! Temos um projeto no Food-se chamado "Food-se para Menores", que é para os pequenos negócios. Ao longo desse projeto, conseguimos mentorar muitas marcas e micro negócios.

É apaixonante ver um pequeno negócio se tornar grande na sua cidade, porque ele começou estrategicamente com objetivos claros, uma promessa bem definida e uma comunicação eficaz de seus sentimentos. De repente, você vê no Instagram uma marca do interior fazendo super sucesso.

O branding é para todos, desde pequenos até grandes negócios. É uma oportunidade de fazer seu negócio crescer, independentemente do tamanho. Portanto, não há diferenciação.

Confira abaixo a entrevista completa com Vanessa Huguinin para o podcast O Café e a Conta!

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