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Tendência global de redução do consumo de carne também é realidade no Brasil, e se reafirma no Dia Mundial do Vegetarianismo

Por Flávia Madureira

Pratos vegetarianos, como os do Florestal, democratizam o cardápio e surpreendem os clientes. Foto: Divulgação

Celebrado em 1º de outubro, o Dia Mundial do Vegetarianismo é reflexo de uma tendência global que também tem ganhado força no Brasil. O aumento da procura por refeições vegetarianas no país é um indicador para bares e restaurantes acompanharem o movimento e adaptarem sua oferta ao comportamento dos clientes.

Segundo uma pesquisa encomendada pela Sociedade Vegetariana Brasileira ao Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria), realizada em 2021, além da parcela vegetariana da população, há um destaque para o aumento da parcela que procura reduzir o seu consumo de carnes e derivados.

Em publicação no site da instituição, o presidente da SVB, Ricardo Laurino, afirma: “em um, dois, três ou vários dias por semana, os brasileiros têm optado por fazer refeições vegetarianas ou veganas — e pelos mais diversos motivos, como melhor qualidade de vida, consciência ambiental ou mesmo respeito aos animais”.

O número de pessoas que declarou se abster do consumo de carne voluntariamente por ao menos uma vez na semana é significativo: corresponde a 46% dos brasileiros. A “Segunda Sem Carne”, campanha mundialmente conhecida por ter Paul McCartney como embaixador, também é apontada pela SVB como tendo alta repercussão no Brasil.

A campanha é uma ótima oportunidade para bares e restaurantes conquistarem o público vegetariano. Promoções no dia podem ser uma estratégia atrativa para os consumidores que, pelo volume, já não se configuram como um nicho.

Para Christian Marranghello, consultor internacional de Hospitalidade Vegana, atuar no mercado de alimentação fora do lar sem ter um cardápio inclusivo é remar contra a maré. “Além de o estabelecimento deixar de ter essa fonte de receita, em termos de estratégia, pouco se alinha às orientações de mercado voltadas para a sustentabilidade”, afirma.

O consultor explica que a adaptação é um processo simples. Para oferecer pratos vegetarianos, é possível apresentar opções feitas com ingredientes que já fazem parte da rotina da cozinha do bar ou restaurante.

Diversos chefs aproveitam o interesse pela culinária vegetal para usar a criatividade e explorar as possibilidades de novos sabores. Ao abrir o restaurante Florestal, em Belo Horizonte (MG), a chef Bruna Martins embarcou nesta tendência.

Em entrevista ao Estado de Minas, Bruna declarou: “não faço pratos vegetarianos típicos. Crio versões vegetarianas de pratos típicos com uma pegada moderna”. A chef defendeu que “comida é comida” e falou sobre a motivação do seu cardápio: criar pratos que todos comam e não sintam falta de carne.

Como boa parte do público não exclui o alimento completamente da dieta, mas ainda mantém o interesse por refeições vegetarianas, ter opções no menu pode fazer com que bares e restaurantes se tornem mais atrativos para este perfil de consumidor – e não perca o cliente que abriu mão da carne de forma definitiva.

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